A Educação sempre é motivo de inúmeras discussões em vários seguimentos da sociedade. O que nos faz estar sempre alerta que são debatidos nessa área. Neste sentido trago à luz para reflexão o texto: Educação Urgente: pra quê; de José Misael Ferreira do Vale, onde o autor traz para debate as necessidades urgentes da sociedade brasileira e as prioridades que a mesma tem colocado em primeiro plano. Estando em destaque como necessidades urgentes: alimentação, moradia, emprego, saúde e educação escolar, o autor afirma que:
“o povo reconhece como prioridade social; sem alimentação adequada para todos, sem emprego que garanta uma subsistência digna, sem o bem estar físico e psíquico, sem instrução significativa que beneficie a todos fica difícil pensar numa sociedade equilibrada e menos desigual.” (VALE 1997, p.28)
Sob este ponto de vista é evidente que a educação escolar é um fator necessário para a emancipação do sujeito em todas suas dimensões (humana, técnica e política). Até por que é na educação, sendo ela formal ou não, que nossas heranças culturais podem ser transmitidas; é através da educação que a relações sociais se estabelecem, seja de conflito, seja de passividade. Sendo assim, a Educação, sempre estará na sociedade como uma necessidade urgente discutida e construída através das relações coletivas.
Entretanto, mesmo sendo uma necessidade humana, a Educação ainda não é vista como prioridade social. Já que existe uma contradição entre o fato de priorizar a educação escolar e ainda existir um índice altíssimo de brasileiros analfabetos e abaixo da linha de pobreza, ou seja, miseráveis. E ainda, um fator mais agravante. A Educação deixa de ser prioridade quando passa a ser obrigação. Pois o que se entende por prioridade é aquilo que se decide através do livre arbítrio e no caso brasileiro a necessidade mais urgente é a sobrevivência. Logo a sociedade colocará a Educação, mesmo que de maneira inconsciente, em segundo plano.
Pois o país, através de seus representantes legais, não oferece condições mínimas de sobrevivência para que estes milhões de brasileiros possam viver com dignidade e conseqüentemente, priorizar a Educação escolar. O que se vê é um governo que investe muito pouco em emprego (técnico), moradia, saúde e lazer (humano) e educação (político). E ainda coloca esta última como obrigação da população, quando na verdade deveria ser dever do Estado e direito do povo.
Partindo desta perspectiva, o autor propõe um plano que possa estreitar as relações entre política e sociedade e acrescenta “sem um projeto nacional de desenvolvimento democraticamente estabelecido que articule a sociedade política e a sociedade civil não se poderão criar as condições mínimas básicas para o crescimento simultâneo das pessoas e da nação” (IDEM, 1997, p.28). Que é uma Educação de qualidade onde há investimento em todos os níveis de escolaridade, desde a educação básica até o nível superior. E uma economia bem estruturada que tenha como prioridade todas as necessidades acima citadas, em especial a Educação.
E traz para discussão as opiniões do pedagogo Mário Alighiero Manacorda e do economista Aloísio Mercadante no qual ambos afirmam que Educação e Economia devem estar em sentidos iguais para que haja um maior desenvolvimento do país. De acordo Mercadante o Brasil possui, “matérias-primas, fonte de energia, terras férteis, tamanho, gente, mercado consumidor, potencial, etc... Falta ao país uma elite dirigente que tenha horizonte histórico e que entenda que a educação é a prioridade das prioridades.” (VALE 1997, p. 30).
Manacorda por sua vez, acredita que a Educação precisa estar caminhando com as “necessidades contemporâneas”, que em seu ponto de vista, trata-se do “ensino das ciências, tecnologias e processos eletrônicos de informação, naquilo que designa o ABC contemporâneo colocado na compreensão e na vida atual, no domínio do conhecimento que determina a diferença entre as pessoas e a nação.” (IDEM, 1997, p. 29). Investimento que sem dúvida contribuirá fortemente para o avanço do país.
Entretanto, não basta que os setores competentes equipem as salas de aula com recursos de “ponta” e ofereçam às escolas, grande número de professores se estes últimos não são bem remunerados e não desfrutam de formação continuada. Neste sentido, Vale (1997) ressalta que se faz importante e necessário um espaço escolar onde educador tenha uma condição de trabalho de qualidade para assim oferecer, também uma educação de qualidade. E que isso só acontecerá quando os setores públicos voltarem sua atenção para a recuperação da escola pública enquanto espaço de debates e de construção da autonomia dos sujeitos que nela estão inseridos.
Pois não há como conceber a idéia de uma escola para todos se não houver dentro deste ambiente o respeito às diferenças e necessidades de seus componentes e ao mesmo tempo em que seja de qualidade. Por isso o autor estabelece alguns objetivos para que a educação brasileira se enquadre numa perspectiva emancipadora e humanitária, que são:
1. Pensar de maneira global a política educacional, refazendo de alto a baixo o processo de formação dos professores, tanto em nível de 2º Grau como nas Licenciaturas;
2. Implementar dentro do sistema escolar um esquema de formação continuada sob várias formas;
3. Recuperar a sala de aula como espaço privilegiado da educação escolar. (VALE 1997, p.30)
Neste sentido entende-se que a educação escolar precisa ser do interesse tanto da sociedade civil quanto (e principalmente) da sociedade política, que por sua vez é quem vai disponibilizar todos os recursos necessários para que a educação seja de fato de quantidade e qualidade.
Por fim, nos alerta para o fato de que a escola só será de fato lugar de relações dialéticas, quando compreendermos que além de ser uma necessidade precisa ser também uma prioridade social e política. Compromisso do qual não devemos nos furtar de assumir. Como educadores e educadoras temos que lutar para que nosso espaço com autonomia e participação popular. E isso só acontecerá quando todos, professores, alunos, comunidade começarem a intervir de forma significativa nas decisões que determinarão o rumo da educação.
“o povo reconhece como prioridade social; sem alimentação adequada para todos, sem emprego que garanta uma subsistência digna, sem o bem estar físico e psíquico, sem instrução significativa que beneficie a todos fica difícil pensar numa sociedade equilibrada e menos desigual.” (VALE 1997, p.28)
Sob este ponto de vista é evidente que a educação escolar é um fator necessário para a emancipação do sujeito em todas suas dimensões (humana, técnica e política). Até por que é na educação, sendo ela formal ou não, que nossas heranças culturais podem ser transmitidas; é através da educação que a relações sociais se estabelecem, seja de conflito, seja de passividade. Sendo assim, a Educação, sempre estará na sociedade como uma necessidade urgente discutida e construída através das relações coletivas.
Entretanto, mesmo sendo uma necessidade humana, a Educação ainda não é vista como prioridade social. Já que existe uma contradição entre o fato de priorizar a educação escolar e ainda existir um índice altíssimo de brasileiros analfabetos e abaixo da linha de pobreza, ou seja, miseráveis. E ainda, um fator mais agravante. A Educação deixa de ser prioridade quando passa a ser obrigação. Pois o que se entende por prioridade é aquilo que se decide através do livre arbítrio e no caso brasileiro a necessidade mais urgente é a sobrevivência. Logo a sociedade colocará a Educação, mesmo que de maneira inconsciente, em segundo plano.
Pois o país, através de seus representantes legais, não oferece condições mínimas de sobrevivência para que estes milhões de brasileiros possam viver com dignidade e conseqüentemente, priorizar a Educação escolar. O que se vê é um governo que investe muito pouco em emprego (técnico), moradia, saúde e lazer (humano) e educação (político). E ainda coloca esta última como obrigação da população, quando na verdade deveria ser dever do Estado e direito do povo.
Partindo desta perspectiva, o autor propõe um plano que possa estreitar as relações entre política e sociedade e acrescenta “sem um projeto nacional de desenvolvimento democraticamente estabelecido que articule a sociedade política e a sociedade civil não se poderão criar as condições mínimas básicas para o crescimento simultâneo das pessoas e da nação” (IDEM, 1997, p.28). Que é uma Educação de qualidade onde há investimento em todos os níveis de escolaridade, desde a educação básica até o nível superior. E uma economia bem estruturada que tenha como prioridade todas as necessidades acima citadas, em especial a Educação.
E traz para discussão as opiniões do pedagogo Mário Alighiero Manacorda e do economista Aloísio Mercadante no qual ambos afirmam que Educação e Economia devem estar em sentidos iguais para que haja um maior desenvolvimento do país. De acordo Mercadante o Brasil possui, “matérias-primas, fonte de energia, terras férteis, tamanho, gente, mercado consumidor, potencial, etc... Falta ao país uma elite dirigente que tenha horizonte histórico e que entenda que a educação é a prioridade das prioridades.” (VALE 1997, p. 30).
Manacorda por sua vez, acredita que a Educação precisa estar caminhando com as “necessidades contemporâneas”, que em seu ponto de vista, trata-se do “ensino das ciências, tecnologias e processos eletrônicos de informação, naquilo que designa o ABC contemporâneo colocado na compreensão e na vida atual, no domínio do conhecimento que determina a diferença entre as pessoas e a nação.” (IDEM, 1997, p. 29). Investimento que sem dúvida contribuirá fortemente para o avanço do país.
Entretanto, não basta que os setores competentes equipem as salas de aula com recursos de “ponta” e ofereçam às escolas, grande número de professores se estes últimos não são bem remunerados e não desfrutam de formação continuada. Neste sentido, Vale (1997) ressalta que se faz importante e necessário um espaço escolar onde educador tenha uma condição de trabalho de qualidade para assim oferecer, também uma educação de qualidade. E que isso só acontecerá quando os setores públicos voltarem sua atenção para a recuperação da escola pública enquanto espaço de debates e de construção da autonomia dos sujeitos que nela estão inseridos.
Pois não há como conceber a idéia de uma escola para todos se não houver dentro deste ambiente o respeito às diferenças e necessidades de seus componentes e ao mesmo tempo em que seja de qualidade. Por isso o autor estabelece alguns objetivos para que a educação brasileira se enquadre numa perspectiva emancipadora e humanitária, que são:
1. Pensar de maneira global a política educacional, refazendo de alto a baixo o processo de formação dos professores, tanto em nível de 2º Grau como nas Licenciaturas;
2. Implementar dentro do sistema escolar um esquema de formação continuada sob várias formas;
3. Recuperar a sala de aula como espaço privilegiado da educação escolar. (VALE 1997, p.30)
Neste sentido entende-se que a educação escolar precisa ser do interesse tanto da sociedade civil quanto (e principalmente) da sociedade política, que por sua vez é quem vai disponibilizar todos os recursos necessários para que a educação seja de fato de quantidade e qualidade.
Por fim, nos alerta para o fato de que a escola só será de fato lugar de relações dialéticas, quando compreendermos que além de ser uma necessidade precisa ser também uma prioridade social e política. Compromisso do qual não devemos nos furtar de assumir. Como educadores e educadoras temos que lutar para que nosso espaço com autonomia e participação popular. E isso só acontecerá quando todos, professores, alunos, comunidade começarem a intervir de forma significativa nas decisões que determinarão o rumo da educação.